terça-feira, 30 de novembro de 2010

hip ret

O que salta à vista com as denúncias de Wikileaks é a hipocrisia retórica de um espaço civilizacional que se pretendia detentor de práticas que seriam diferentes de outros regimes. Agora sabemos melhor o que já sabíamos: que, a ser diferente, é tão-só e apenas uma questão de escala e de maquilhagem.

Ten Words

Andei para aqui, tentando escrever um post. Não conseguia escrever muito, apesar de ter usado muito vocabulário. Depois, vi que tudo podia se resumir em ten words. Um bom instrumental nos dispensa da formalidade da palavra.

The end

Ontem terminei a trilogia Millenium. Acabei a rainha do castelo de ar. Comecei a ler os livros de Larsson em meados de Agosto.
Felizmente não ficam pontas soltas! Estava ansioso com isso. Quando achei que o livro estava terminando aconteceram coisas! Pensei "queres ver que isso fica sem solução? O que será feito de mim, com essa dúvida?". Mas não.

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

palavras

Gostei da palavra intervalo. É conveniente, verdadeira, flexível e humana.

Gran Torino


Gran Torino é um filme emocionante e que revela aspectos muito verdadeiros da vida. Mostra como as pessoas podem ser contraditórias no discurso e na acção. E de como as acções valem mais do que as palavras.
É por aí que vai a minha análise, para fim de conversa, ou intervalo (em muitos mais sentidos do que se possa pensar). No entanto, sei que terá de haver mais desenvolvimento. Não sei se saberei concretizar melhor.

Balanços

Quando responder por escrito para uma entrevista é um verdadeiro balanço sobre a própria vida, Lisboa, trabalho, expectativas e metas.
Ainda faltam duas perguntas.

uma nova


Ontem tivemos ensaio dos UP. Foi uma surpresa. Não era para haver. O TV veio com um baixo diferente para poder chegar a horas, minutos depois de ter chegado do norte.
Trabalhamos numa música nova, do JP. Bells e Flyin ficaram mais soltas. Aliás, tocamos "a melhor flyin de sempre" segundo as palavras de um dos integrantes da banda, que também escreve no blog aldeia blogal. A diferença, simplesmente, foi uma terceira volta, de improviso, com uma sonoridade muito mais relaxada.
* na imagem: um dos logos dos understood project.

filmes do findi

No Sábado vi dois filmes de muito amor. Revi lost in translation (tirando os primeiros quinze minutos) que se enfiou como uma excelente surpresa no meu zapping de Sábado à tarde. E vi José e Pilar.
Vi lost in translation em 2004 - a primeira e única vez eu acho. É um filme de silêncios cheios de palavras. De hesitações, reflexão e pensamento. Fiquei muito impressionado. Lembrava que era super bom e significativo. Não esperava que a sensação manter-se-ia tão forte. E não escrevo mais por respeito a quem não viu.
José e Pilar está no mesmo patamar, com o detalhe das personagens serem reais (e talvez haja personagens reais de lost in translation, só que com outros nomes). E dá toda uma imensa saudade de Saramago. Como ele faz falta, como fazem falta os seus livros também.

Do outro lado

Aquele passo que tinha de dar. O pé pendia no ar. Equilibrava-se, num equilíbrio artificial. O corpo mantinha-o no ar, mas cansava-se e perguntava: porque não pisas o chão em frente e pronto? O pé não sabia responder. Sexta o passo foi dado. Na verdade já tinha sido dado. Mas foi pisado. Com esse passo vem todo um caminho junto. E não, o passo não foi na lua. Foi em dois chãos. O que está em frente e o que está para lá, do outro lado.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Lisboa antes

Estou com muita vontade de ir ver como Lisboa já era linda antes de ser linda como é hoje.
No museu da cidade: Lisboa antes do grande sismo de 1755. E aqui já há um aperitivo.

Greve geral!

Foi greve geral. 3 milhões em Portugal não foram trabalhar, em protesto contra as políticas de austeridade. A ministra do trabalho disse que a adesão foi entre 5% e 95%. Os sindicatos falam em 85%, o Governo em 29% de adesão. Ao fim da tarde na Praça da Figueira muita gente se reuniu para ouvir um belo concerto na festa das/dos trabalhadoras/es.

É ouvir

Quando o sol bater
Na janela do teu quarto
Lembra e vê
Que o caminho é um só

Porque esperar
Se podemos começar
Tudo de novo
Agora mesmo

A humanidade é desumana
Mas ainda temos chance
O sol nasce pra todos
Só não sabe quem não quer

Quando o sol bater
Na janela do teu quarto
Lembra e vê
Que o caminho é um só

Até bem pouco tempo atrás
Poderíamos mudar o mundo
Quem roubou nossa coragem?

Tudo é dor
E toda dor vem do desejo
De não sentimos dor

Quando o sol bater
Na janela do teu quarto
Lembra e vê
Que o caminho é um só

Felizmente há rock, existiu (e existe em nossas cabeças) Legião e existe Barão.

terça-feira, 23 de novembro de 2010

GPS

Com algumas palavras o muro ficou muito mais vulnerável e se abriram nele várias portas. Um mapa surgiu do chão. E luzes e sinaléticas de várias formas foram colocadas nas estradas. Com sorte ainda aparecerá um gps. Talvez nem seja preciso tanto. Mas sim, é bem vindo.

JSLX2010 e mais um telegrama meu

Foi bom vê-lo, mas houve problemas com o som. A guitarra dele estava muito alta em algumas músicas. Em certos momentos era um desperdício ver o teclas e o guitarra ritmo tocando. Simplesmente não se ouviam. Era como se não existissem, a não ser as suas figuras ali se mexendo ao som da música.
Adorei ouvir god is crying (tocou às 23:03). Muita energia. E why também foi um grande momento (23:19).
Foi o fim da tourné (se escreve assim?). O de 2008 foi o primeiro show. Fez diferença.
Achei que o "guitarra ritmo" estava com cara de cansado ou estava zangado. Sentou-se e tudo quando não tinha de tocar. Mas isso até humanizou o show. Achei bacana entender que havia ali uma coisa esquisita.

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Telex

E agora chega de posts telegráficos. Nunca teria lugar nos Ladrões de Bicicletas.

JSLXCP

Hoje toca o Joe Satriani no Campo Pequeno. Sexta é que lembrei que ele vinha cá e que eu tenho o bilhete. É a primeira vez que vejo um concerto ali.
Uma praça de touros só devia servir para shows musicais. Falo em tauromaquia e lembro de umas coisas sobre IVA. Isso está mau.

Não quero relacionar uma e outra sigla atenção

Interessante.
AIDS (sigla inglesa) é usado no Brasil e SIDA (sigla portuguesa) é falado em Portugal. Uns se riem dos outros por falarem do outro jeito.
OTAN (sigla portuguesa) é dito no Brasil e NATO (sigla inglesa) é o mais comum de usar em Portugal. Uns acham esquisito a forma dos outros dizerem.
Moral da história? Haverá?

Antes tarde do que nunca

Isso foi um grande acontecimento esta semana: Papa Bento XVI admite o uso do preservativo para travar a Sida. Quantas mortes se evitarão? Quantas podiam ter sido evitadas?

Larsson: escrevam mais

Sobre filmes também, confessar que acho que me considero um gajo de sorte por não ter visto no cinema "Os homens que não amavam as mulheres" antes de ler os livros do Larsson. É que a trilogia Millenium tem sido uma grande companhia e estou preocupado com o seu fim próximo. Difícil achar livros que nos monopolizem o pensamento enquanto os lemos. Se tivesse visto o filme acho que não teria lido nenhuma linha da trilogia.
É evidente que verei o filme a seguir. Tenho pena que seja uma só película para toda a trilogia. Pelo menos foi o que me disseram. Nem sei como foram capazes, diga-se. A história do caso Wennestrom parece-me tão independente do resto. Mas não precisam me explicar antes de eu ver.

Potter: dividam mais

Ontem vi o sétimo episódio de Potter, no cinema. Felizmente o filme está dividido em dois, porque assim ainda não acabou. Gostei do filme e já não lembrava muito bem do livro. Depois de um tempinho é que comecei a lembrar dos horcruxes, por exemplo. Acho que isso é bom.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

the sea and the rocks

Descanso, guitarra, leitura, guitarra, tv, guitarra, janta, guitarra. Depois das 17hs, apesar da cimeira da Nato, minha estada em casa foi de absoluta paz.
Saiu the sea and the rocks. Guardei uma versão, para não me esquecer, aqui. E isso é tão verdadeiramente bom quando acontece.
Tem uma parte de sea que eu andava tocando bastante. Eu estava um pouco obcecado com os acordes. Na música este momento ficou pouco representativo, mas foi o que me inspirou. A parte do segundo efeito saiu enquanto atinava com o próprio efeito. Queria meter uns ecos sem distorção. Demorou a se resolver esse problema, mas valeu a pena. Quando esse trabalho acabou, havia nascido, espontaneamente, a segunda fase da música.

A pergunta que não quer calar

os senhores da guerra na cidade mais linda da península ibérica

Rótulos

Pouco importa o rótulo, como é óbvio. O que importa é o som. Pensei isso quando li "instrumental post rock". Isso de podermos chamar às coisas o que nós quisermos, a criatividade, a não limitação de nada com padronizações excessivas é um património a ser preservado, uma reserva de liberdade.*
* Por favor, não é para explorar contradições nisso, apesar de haver muitas.

Sobre acórdãos

Um acórdão engraçado e interessante para cara*.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

This will not destroy you, citizen of the village

Gostei tanto de ambas que já coloquei Citizens of the Empire e This will destroy you nas músicas, além de ter criado as respectivas listas no Youtube. Adoraria encontrar os cd's.
Instrumental post-rock band. Será que é assim que tinha de chamar uma banda que conheço?

Citizens of the Empire

Não conhecia, apesar de parecer-me tão familiar... Certo é que há alguém que podia ter composto as minhas "Sombras" e "Peace of me". Pelo menos eu acho muito similar a onda.
E sigo na temática: músicas bonitas com nomes assustadores.

Escudo de paciência

A melhor forma de ultrapassar o pensamento no trabalho que se vai ter, é concentrar-se no que se quer atingir. E dividir tudo em pequenas partes. Apesar de tudo ser uma chatice, é preciso esquecer isso e tratar tudo como se fosse um procedimento de conversas e diálogos que, de uma forma ou de outra, vai ser resolvido. E aquele escudo feito de paciência (com a burocracia, connosco e com os outros) é mesmo preciso tirar do armário.

Obrigadinho

Os hotéis 5 estrelas estão todos vigiados. Impressionante. Passei perto do Penta (ou ex-Penta) e do Ritz hoje de manhã, quando vinha da UCP.
E o meu futebol de Domingo de manhã foi ao ar por causa destes amigos que estão cá em Lisboa, que fecham ruas e espaço aéreo (!).

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Eu acho que esse remédio é mesmo um remédio, apesar do nome da canção

Graças à Last Fm esta jóia em meus ouvidos.
Encontrei 7 músicas geniais deles no Youtube.

A nata da Nato

Gostei do post do arrastão suspenda-se a democracia. E também da pergunta do José Castro Caldas: porque não vão reunir numa ilha ou num porta-aviões?
Sobre a Cimeira da Nato em Lisboa há muitas coisas que dizer:
1) De início reflectir sobre a intoxicação que alguns meios de comunicação social querem fazer (e devem estar conseguindo) de que isso está tudo em risco e que os anarquistas vão dar cabo de tudo durante a cimeira. Um lixo televisivo que passou num telejornal outro dia mostrava um treino de intervenção da policia, onde à saída de um metro uns "manifestantes" punham tudo a ferro e fogo. Com o detalhe de propagarem gases tóxicos (que era para mostrar um polícia equipado com um equipamento especial para isso) na estação de metro onde circulavam sem qualquer protecção;
2) Pensar sobre a colagem que querem fazer entre manifestantes e anarquistas;
3) Considerar um ultraje para a cidade de Lisboa terem criado zonas de circulação e uma espécie de zona verde lá para o lado do Parque das Nações. A Nato veio aqui para mostrar como a nossa cidade pacífica pode ser toda retalhada quando os donos do mundo e detentores do armamento mundial aparece aqui. Não, não fui lá. Nem quero ir;
4) Também acho nefasto este convívio com este medo da violência que estes senhores trouxeram. Nunca tinha visto Lisboa com este tipo de receios. É novo isso por aqui. Nunca existiu. Nem sei como Lisboa embarcou nessa furada;
5) Por fim, repetir uma questão que faço todos os dias. Se são bons, se querem a paz, se querem libertar o mundo das tiranias, se querem o progresso civilizacional, porque estas pessoas se sentem impelidas a se trancafiar, se esconder, se fechar, não deixar as pessoas chegar perto, verem ameaças em todo o lado?

Satisfação matinal mais ao pormenor

Segunda-feira de manhã. Eléctrico 28. Pouca gente. Sossego.
Absolutamente imerso num livro do Stieg Larsson, que já passou da metade. O que significa que todos os acontecimentos começam a se precipitar e a história nos puxa para dentro dela.
Algo me acorda do livro, no Largo do Calhariz - que não é bem um largo, admitamos, mas gosta que lhe chamemos assim por algum motivo. Olho para cima e entra Lisboa pelos meus olhos adentro. Ao fundo, a cúpula da Basílica da Estrela sobressai-se na multidão de edifícios. E completando o momento, para tornar isso tudo mais inverosímel, apesar de verdadeiro, veio aquele aroma intenso a café moído. Alguém tinha comprado e o tinha carregado para dentro do eléctrico, de certeza.
Acreditem, se quiserem. Foi uma conjugação poderosa.

Entalpia

O Orçamento do Estado nos ensina muitas coisas:

Entalpia é uma grandeza física que busca medir a energia em um sistema termodinâmico que está disponível na forma de calor, isso a pressão constante. No Sistema Internacional de Unidades a unidade da entalpia é o joule (J), e esta grandeza é geralmente representada pelo símbolo H.

Quando expressa em função da entropia S, número de elementos N, e da pressão P - para o caso de sistemas termodinâmicos mais simples - a entalpia H = H(S,P,N) é, assim como o são as respectivas Transformadas de Legendre, a saber a Energia livre de Helmholtz F = F(T,V,N) , a Energia livre de Gibbs G = G(T,P,N) e a energia interna U = U(S,V,N), uma equação fundamental para os sistemas termodinâmicos, sendo então possível, a partir desta e do formalismo matemático inerente à termodinâmica, obter-se qualquer informação física relevante para o sistema a qual esta encontre-se vinculada.

Electricidade

As luzes que desaparecem do tecto se multiplicam pelo chão.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

On-off


É como um interruptor.
Liga-desliga.
Umas coisas ligam, outras desligam. Umas a gente repara que estão desligadas e ligamos. Outras, deixamos desligadas.
Poupança de energia.

Satisfação matinal

28, cheiro de café, Stieg Larsson, Largo do Calhariz, cúpula da Basílica da Estrela.
Oportunamente explicarei melhor. Se precisar explicar!

domingo, 14 de novembro de 2010

Livros: parte VI

Direito Fiscal, Soares Martinez, Almedina;
Compêndio de Leis do Trabalho, António José Moreira, Almedina, 1999;
Código de Processo Penal, Anotado e Comentado, Maia Gonçalves, 2001.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Greve geral contra a austeridade

É muito interessante ver como uma acção pacífica de convocação a uma greve põe logo o patronato de um call-center em grande alvoroço.

torneio

Nunca vi tantos cavaleiros juntos nessa época do ano.
Deve haver algum tOrnEio.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Invejas

A inveja é um sentimento horrível que puxa o mundo todo para trás. Faz as pessoas serem más, irracionais e desejarem o mal dos outros, ainda que o bem de um faça respingar qualidade e mais oportunidades para todos.
Enfim, ainda sobre o episódio de hoje: como seria bom ver algumas entidades funcionarem melhor quando se trata de coisas graves e não quando se trata de andar atrás de quem é pequeninho e está bem intencionado.
A pintura está muito bonita. Estamos a melhorar.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

terça-feira, 9 de novembro de 2010

...

Vai ser giro.

Last e uma receita para trabalhar no OE

Voltei a assinar a Last.FM.
Só com o Youtube não resulta, porque não aparecem músicas que eu nunca tenha ouvido.
E pronto: já estou, de novo, com a minha querida rádio "new age ambient", levitando enquanto trabalho.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Ainda ontem

O ensaio correu particularmente bem. Tocamos Bells, Flyin, Tudo o que o vento traz, Open your mind (que em dois takes parece que já está arrumada) e Sex on fire (que está com os dias contados).
A principal coisa para os ensaios correrem bem não é técnicas muito refinadas ou muito profissionalismo ou metas ou qualquer outra coisa. O pessoal está todo na mesma onda. O ensaio tem de ser divertido e cada um está ali para tocar em conjunto e sair satisfeito. Talvez as super ajudem. E o som ontem estava muito bom. Nem sempre conseguimos um som bom, com os amps, instrumentos e mais a vontade de começar a tocar rápido.
Agora não sou só eu a assumir que felizmente somos uma banda com um som diferente e com uma proposta bem esquisita de explicar. De uma conversa resultou que todos nós não sabemos dizer aos outros muito bem o que tocamos. Ah e parece que vai crescendo uma ideia que os vocais vão ser mesmo dispensáveis. Para mim isso sempre foi mais ou menos assim. Talvez haja lugar para um gajo nas teclas. Bom, mas isso é nesta semana. Quem sabe na próxima semana mudamos todos de opinião. A ampla satisfação é efémera. É preciso valorizá-la.

Open your mind em versão UP 4

Ontem ensaiamos. Os understood 4. E fizemos uma versão de Open Your Mind. Open nunca tinha tocado com mais ninguém. Só tocava eu e o pedal, com um monte de distorção e eco.
Ficou muito bom. Cheia de energia, como a open é. Nossa quantas vezes já ouvi esta música no carro, na sua versão inicial.

sábado, 6 de novembro de 2010

Buying a New Post and a New Music

Uma discussão - pessoal - que adio sempre (e hoje vou adiar de novo) é sobre o lugar que reservo às letras nas músicas, quando estou perante uma criação instrumental que me atrai muito. Com, evidentemente, excepções de falta de qualidade elevada ou letras absolutamente desapropriadas em termos de mensagem. Ui, e as que querem nos doutrinar enquanto ouvimos? Ui, ui, isso então é melhor eu não partilhar, porque tenho umas opiniões um pouco politicamente incorrectas e talvez infantis, que dão apenas o lugar da história ou espaços muito contextualizados, a variadas manifestações de música doutrinária, de todos os tipos. Na verdade, somos como somos: perturba-me saber que estão instrumentalizando uma coisa tão avassaladora como a música para fins que lhe ultrapassam, não passando a música de um ponto de partida, um meio. Isso me irrita um pouco! :) Ui, um dia tenho de pensar mais sobre isso. Sei que é discutível o princípio. E, se com dificuldade o enuncio, logo de imediato me aparecem vários argumentos e excepções avassaladoras. É um debate.
E ainda há a discussão sobre a ideia, objectividade, subjectividade, abstracção, concretização. 1000 coisas que permitem pegar num título, numa música que cria um certo sentimento, um certo ambiente e ele te levar para outro lugar, apesar dos "detalhes" da prosa.
Claro está que se a prosa é também perfeita, daí temos tudo. Difícil isso né?

Buying New Soul

Hoje voltando da Casa do Brasil, passei na Fnac e comprei um cd de Porcupine Tree que vinha namorando faz algum tempo: Recordings, de 2001. A primeira música, que acho fantástica, se chama Buying New Soul. A letra é difícil, não sei se pessimista. Acho complicado o seu entendimento. Talvez não a queira entender*. Deve ter sido construída para isso mesmo. É bem abstracta, pelo menos. Por isso, fico só com o título. Muito apropriado. Não sei se é bem "buying". Em certa medida é. Uma nova alma que floresce precisa sempre de uma certa convicção que lhe dê legitimidade, que lhe confira meios de sustentabilidade. Se a vontade quisesse poderia lhe podar os galhos e as folhas, ainda que fosse uma vontade que fosse muitíssimo doída. Uma vontade de negação. Não é esse o caso.
Os Porcupine Tree editam uns tesouros do baú que são sempre coisa muito boa. Tenho outro cd de músicas antigas deles - On the Sunday of Life - de quando eles ainda nem sabiam o que iam ser, que tem outras preciosidades. O instrumental de Buying New Soul é uma síntese, também, de minhas profundas convicções musicais.

*ver post seguinte, que acabou roubando o que eu tinha escrito aqui.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

The first

O primeiro passo.

Quero repetir isso


Página não encontrada

Lamentamos, mas a página que estava a procurar no blogue Aldeia Blogal não existe.

Erratas

Uma errata que vale 831 milhões de euros, ao Orçamento do Estado, que tem um time enorme para ser elaborado, que toda a equipe sabe que há uma data para entrar - porque é sempre no mesmo dia - relativiza qualquer erro que tenha visto na vida inteira.

A pasta

Até agora tudo é um quase começo.
Uma pasta ali no Windows Explorer que ainda não abri. Que olho, penso, pondero. Que sei que vou abrir, mas observo. Que sei que quando abrir vou ler e tratar de tudo o que está lá dentro, com muita motivação.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Uma nova energia

O editorial do próximo Sabiá:
Uma nova energia
Com a nova sede, achava-se que a Casa do Brasil iria crescer e potenciar as suas atividades.
O que aconteceu foi ainda melhor do que isso.
A entrega da chave, pela Câmara de Lisboa, levou a outras entregas. A entrega e a dedicação de dezenas de associados que se juntaram num trabalho muito bonito: ajudar na mudança, melhorar e embelezar o novo espaço da associação. O resultado está à vista de todos. Basta uma visita à nova sede da Casa do Brasil para se entender o que foi feito, como o imóvel foi valorizado, como a CBL transpira boas energias, uma dinâmica excelente, uma nova força.
Queria deixar aqui neste editorial um infinito agradecimento a cada pessoa que ajudou a CBL nesta etapa, que era tão difícil, e que se tornou mais fácil graças à força dos que se mobilizaram neste desafio. Foram dezenas de idas e vindas entre a sede velha e a sede nova, todos os fins-de-semana do verão, muitas subidas e descidas de escada, muito pó retirado, muita roupa manchada pela tinta. Sem a ajuda de muitos não teríamos feito a mudança, com tudo o que esta palavra significa, em tempo record.
E, falando em agradecimento, cabe fazer outro, particularmente especial, ao Embaixador Celso Marcos Vieira de Souza. Um verdadeiro amigo da CBL, que vestiu a nossa camisa e foi um defensor da causa da nossa nova sede. Por isso mesmo, numa das iniciativas de apresentação do novo espaço, descerramos uma placa e demos o seu nome a uma sala importante da sede.
Sabendo do excelente imóvel que possuímos e das novas possibilidades que ele nos oferece, de imediato lançamos diversos novos projetos. Como se pode ver neste Sabiá, a todas as outras atividades que prestávamos, juntamos agora várias novas: capoeira, dança contemporânea, roda de choro, bossa ‘n’ jazz, entre outras. Em breve contamos ter mais novidades a apresentar, um pouco à imagem do que tivemos a ousadia de fazer, com um “open-day” de 12 horas, no dia 16 de Outubro, onde apresentamos muitas atividades culturais da CBL.
É entusiasmante falar da nova sede. Ampliaria o espaço desta coluna só para poder falar mais ainda do assunto.
Mas o melhor mesmo é terminar com um convite: apareça, venha conhecer o nosso novo espaço! Associe-se!

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

3.º Turno, por favor

Uma boa forma de esquecer das ansiedades e do futuro que se faz cada vez mais presente (cheio de check lists e tarefinhas importantes) era pensar nas eleições brasileiras - e o provável sucesso da Dilma travestida de mulher da igreja (ui que comentário cruel! e o post anterior? passou tão depressa? não, essa é parte da esperança que está no post. "travestida" é a chave mesmo. um desejo. ui cada vez que tento explicar pioro. vou pôr um asterisco*)
Bom, mas agora me tiraram as eleições. Agora, o sentimento obama do primeiro dia entra em estado de alerta, pois se pode perder em minutos, talvez segundos. Acho que conhecem a sensação. Aquela esperança. Aquela especial, que apenas se explica como sentimento obama do primeiro dia. Uma utopia refinada com muito idealismo. Chega inteiro mas vai desgastando, uma erosão constante. Daqui a pouco tudo se desmorona de uma só vez com mais soldados no Afeganistão, apesar da reforma de saúde moderada e da eterna promessa de reforma migratória. Ah e os dossiers da tortura. Enfim do SODPD fica só uma ténue lembrança.
Sem eleições, resta tentar fazer render, desesperadamente, as próprias eleições. Será que contaram bem os votos? De certeza que sim. Mas seria bom recontar para ter a certeza da derrota de Serra. É que até o Inter empatou em casa com o Santos.
Oh não! Vai voltar tudo! Vou ter de pensar naquela imensa massa de decisões e conversas complicadas! Esta semana! E o OE! Oh não!, outra vez.
* quero que a dilma desdiga rapidamente as suas declarações sobre aborto. gostava que ela dissesse: enganei-vos a todos pá! e até podia ser um pá à portuguesa.
[este sentimento obama do primeiro dia]

Dilma 13 no dia 31

Depois de ler umas coisas muito hardcore no facebook, escrevi umas coisas bastante Dilmistas.
Seja como for aqui está o fruto da discussão, que ainda não terminou:
Dilma. Felizmente Dilma. Com tudo o que há ainda a fazer, com todas as injustiças que ainda existem, com muitos problemas, o certo é que o caminho de Lula é um caminho que vem sendo trilhado e que permitiu um novo olhar para o Brasil, com esperança. Esse capital Serra não trazia.

Aliás, Lula demonstrou que um operário podia fazer uma presidência que permitiria mudanças reais na vida das pessoas e na economia brasileira.
Faltam coisas? Faltam. Há problemas? Há.
Fico espantado quando ouço que o Lula comprou os mais pobres, com o bolsa família. Antes os "comprasse" a todos e retirasse as pessoas da miséria, ao invés de entregar aos mesmos de sempre, como sempre foi antes. Preferiria que o dinheiro dos impostos do Brasil fosse sempre investido numa prioridade como o bolsa família. Seria tranquilizador.
Enfim, temos de nos manter vigilantes, puxar pelo Governo Dilma, exigir o que ela pode e o que não pode dar, mas hoje é um dia que se encerra, para mim, com a tónica de esperança.
Também, e isso então é um ponto assente, sem contestação, é um dia importante para os emigrantes brasileiros no mundo. Nunca um governo tinha feito tanto por eles, em termos de canais de comunicação, reconhecimento e mecanismos de audição. As conferências de brasileiros no mundo vão se cimentar, os canais com o Ministério das Relações Exteriores tem tudo para se aprimorar. Tem ainda seus problemas, mas criou-se uma coisa que não existia.